sábado, 13 de agosto de 2011

Anemia falciforme


Já que citei ela em um post anterior, achei melhor aprofundar o assunto.

A anemia falciforme, como já foi falado, é uma doença em que a combinação entre os genes herdados do pai e da mãe fazem com que haja a troca de um único aminoácido na cadeia da hemoglobina, dessa forma a hemácia fica deformada, em forma de meia lua ou de foice, de forma que impossibilita a troca gasosa.

Há vários graus de anemia falciforme, uma pessoa severamente afetada vai produz muitas hemácias deformadas, assim, logo nos primeiros instantes de vida vai ser capaz de transportar oxigênio e sua expectativa de vida não alcança muito tempo.

Pela deformação, as hemácias se aglomeram, podendo formar os trombos, e a dificuldade em transportar oxigênio torna o sangue mais ácido, o que induz a produção de mais hemácias defeituosas.

O transplante de medula é uma opção ainda estudada, pois não trouxe resultados totalmente satisfatórios, assim como a mediação de químicos que inibem a formação de hemácias defeituosas na medula.

Visão biomolecular:

No código genético há 4 bases que se relacionam: C, G, T e A, conforme as várias associações dessas bases (em grupos de 3) forma-se um aminoácido diferente, assim GAG é a Glutamina que está em uma parte da hemoglobina, porém, quando na tradução gênica o A é trocado por T, forma-se o aminoácido GTG, a Valina, que ocupa o lugar da Glutamina e assim leva uma informação errada para as hemácias que sempre que se duplicarem produzirão células filhas com o mesmo erro.

Microscopia eletrônica de varredura mostrando hemácias normais (arredondadas) e hemácias deformadas (em meia lua) em uma pessoa com anemia falciforme.

Lâmina histológica do sangue de uma pessoa com anemia falciforme, onde pode-se notar um grande número de hemácias deformadas.


Na anemia falciforme as hemácias não têm necessariamente a forma de meia lua, mas sim uma forma anormal, claro que a forma de foice é mais comum, mas como pode-se notar na lâmina histológica há inúmeras outras com formas que impossibilitam o transporte de oxigênio. é também importante salientar que nem todas as hemácias de alguém com anemia falciforme são deformadas, só aquelas cujas informações gênicas estão com defeito e as células de sua linhagem

Proteínas

Proteínas são as moléculas que realizam os trabalhos celulares: catalisam reações, controlam a permeabilidade da membrana plasmática, regulam a função gênica , entre outras funções.

São formadas por unidades chamadas aminoácidos que possuem um grupo amino (-NH2) e outro grupo chamado carboxila (-COOH), cada aminoácido se liga ao outro pela chamada ligação peptídica.

Essa ligação peptídica rompe-se à temperatura de aproximadamente 38°C, por isso que uma febre (elevação da temperatura corporal) deve ser tratada com atenção, pois quando a febre atinge os 38°C algumas ligações peptídicas do nosso organismo rompem-se e as proteínas se desnaturam, ou seja, tornam-se inativas.

A ordem dos aminoácidos que compõem uma proteína também é importante, um erro nessa ordem desencadeia problemas sérios, com ao a anemia falciforme, uma doença influenciada pela tendência genética, em que ocorre uma mudança biológica causada pela mudança de um único aminoácido na molécula de hemoglobina, em pessoas que possuem a anemia falciforme as hemácias não tem a forma normal, ficam em forma de foice e assim reduz ou torna impossível a sua capacidade de transportar oxigênio até os tecidos.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Um pouco sobre a correlação entre os organismos vivos

Já filosofei muitas vezes sobre o que é um ser vivo e sobre o que não é um ser vivo. Cientificamente, por exemplo, um vírus não é considerado um ser vivo, já pequenas células, como protistas unicelulares, são considerados formas de vida.
Mas o que serve como classificação, como dizer o que tem ou não vida?

Bioquimicamente, todos os seres vivos realizam processos semelhantes, todos necessitam de energia, todos têm um certo metabolismo para isso e por incrível que pareça, todos os seres vivos são unidos pelos mesmo processos bioquímicos.

A transformação de uma molécula orgânica em energia, por exemplo, nos une a grupos de protistas e até plantas, os processos de divisão celular também e, é claro, o próprio DNA.

Sim, muitas informações contidas em nosso DNA são as mesmas contidas em seres primitivos, exatamente por termos funções metabólicas iguais é que os genes que regulam tais funções são semelhantes e até iguais.

A espécie humana, por exemplo, possui semelhança de mais de 90% com o DNA de outros primatas, os genes responsáveis pela produção de hemoglobina, por exemplo, são iguais para um chimpanzé e para um humano, por se tratar de uma conquista evolutiva importantíssima para a manutenção das espécies de primatas primitivas, elas foram mantidas, é o que se chama de sucesso evolutivo.


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A fala dos papagaios



Todos conhecem as capacidades que os papagaios têm em imitar a vocalização humana, repetindo palavras que os humanos com quem convivem usam com freqüência.
Mas pesquisas mostram que a comunicação dos papagaios é muito mais complexa do que simples imitação. Cada papagaio ganha um tipo de assinatura vocal pela qual é reconhecido até sua morte, mais ou menos como um nome.
A pesquisa de Karl Berg da Cornell University usa câmeras de vídeo para registrar a comunicação dos papagaios da espécie Forpus passerinus para descobrir como são dados esses “nomes”.
As hipóteses prévias para saber de onde vinham o “batismo” de cada animal davam conta da possibilidade de que cada animal se auto denominaria por algum registro vocal, o que não foi comprovado na pesquisa, e sim que o batismo é dado pelos próprios pais: assim que um papagaio nasce, seus pais dão ao filhote essa assinatura sonora pela qual são reconhecidos pelo resto da vida.
Papagaios não são os únicos animais capazes de fazer batismo, os golfinhos também usam vocalizações específicas para cada indivíduo.
Essas espécies têm em comum uma vida social sofisticada, assim, com batismos é mais fácil identificar quem é quem e quando um novo membro agrega-se ao grupo

Parrot communication in the wild from Karl Berg on Vimeo.

domingo, 3 de julho de 2011

Lagarto Jesus Cristo

Algumas espécies do gênero Basiliscus, um gênero de lagartos, são conhecidos na América Central como Lagarto Jesus Cristo por sua capacidade de andar sobre as águas toda vez que se sentem ameaçados por um predador.

Mas como será que ele anda sobre a água?

É o que a pesquisadora Shi-Tong Tonia Hsieh, de Harvard, se rpopôs a estudar.
Segundo ela, da mesma forma que se paramos de pedalar, caímos da bicicleta, o largarto Jesus Cristo, se parar de correr, também cairá na água.

O mecanismo de locomoção sobre as águas que foi verificado constitui-se em três etapas e durante essas três etapas eles precisam gerar um força suficiente para que consigam vencer o desafio de manter sobre as águas.

A primeira etapa consiste em dar um "tapa" na superfície da água, afim de criar uma bolsa de ar, assim a pata do lagarto estará dentro da água, mas sem romper a tensão superfícial, um dos motivos para que ele não caia dentro da água.
Na segunda etapa é quando o largarto se projeta para frente, aproveitando a força gerada na primeira etapa.
A terceira etapa consiste em retirar a pata da água, retornando à posição inicial para que ele posssa dar o próximo passo.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A relação sustentável da biodiversidade com a sociedade

Muitos pensam que a conservação trata-se de fundar parques de proteção, cercá-los e não deixar nenhum ser humano entrar, só assim a biodiversidade estaria a salvo.
Muito pelo contrário, pois o ser humnano também faz parte da biodiversidade e é uma peça importante para a dinâmica das espécies em um ambiente e para a preservação delas.

Um exemplo muito interessante é a relação da população de uma espécie de leão marinho, ainda em fase de batismo, e os peruanos. A bióloga Larrisa Rosa de Oliveira que descobriu essa nova espécie também descobriu que, mesmo antes de batizá-los oficialmente, os leões marinhos já estavam ameaçados de estinção. Os motivos: fatores naturais, como o El Niño, agravado pelo aquecimento global, faziam com que o principal alimento desses leões marinhos, a anchoveta, ficasse escassa em determinadas épocas do ano, outro motivo era que a anchoveta era pescada sem controle para a fabricação de ração para peixe, não tinha nenhum valor agregado que proporcionasse medidas de proteção.

As soluções: incentivar o consumo da anchoveta! Só assim seriam criadas cotas de pesca e a população se interessaria mais em preservar a anchoveta, pois reconheceriam seu valor. Para agregar valor à anchoveta foram feitas campanhas para incentivar o consumo do peixe, um projeto que contou com o auxílio de publicitários, jornalistas, designers e chefes de cozinha. Os jaornais publicavam receitas com a anchoveta, fora criada a semana internacional da anchoveta no Peru em que os restaurantes serviam pratos especiais feitos com o peixe. Assim, logo criaram-se leis e regulamentações para a pesca controlada da Anchoveta, que causou bem estar também à população da espécie ainda sem descrição de Leão Marinho.

Os resultados: diminuição na ameaça da população de Leão Marinho e vantagens para a população peruana, que tanto carece de consumo de proteínas, que descobriu uma carne barata, nutritiva e deliciosa.

Muitas vezes a interferência do homem é maléfica, porém, se entendermos que somos parte da natureza conseguiremos ver soluções mais claras para os problemas que nós mesmos geramos.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Loxosceles

Este é o gênero das aranhas-marrom, simplesmente umas das aranhas mais perigosas do mundo, várias espécies desse gênero são encontradas no Brasil, além de existir outras tantas espécies distribuídas por todo continente Americano.

São encontradas no ambiente natural entre cascas podres de árvores, já no ambiente doméstico elas tentam "simular" o mesmo tipo de habitat, vivendo entre roupas, dentro de calçados e cantos.

Como identificá-la?
Conhecemos por aranha-marrom as espécies do gênero Loxosceles, que podem variar um pouco de cor e forma, e região que habitam, mas todas são perigosas. No Rio Grande do Sul é comum a Loxoscees hirsuta, mas dificilmente será possível identificar a espécie à primeira vista, nem será necessário, o importante é que se encontrar uma aranha de corolação marrom, pequena, com os membros finos e "esticados", fique atento!




Esse tipo de aranha, por incrível que pareça, não é agressivo, diferentemente da aranha armadeira, a aranha marrom fica no seu canto e só reage quando sente seu corpo ser comprimido. Além disso, sua picada é uma das mais indolores e imperceptíveis.

Então por que é perigosa?
Além do fato de viverem em roupas e calçados que quando são vestidos acabamos comprimindo a aranha que ataca, sua picada contém um dos venenos mais poderosos entre as aranhas.
Logo após a picada você nem desconfia que foi picado por uma aranha, quanto mais por uma aranha marrom, mas cerca de 12 horas depois o local da picada apresenta inchaço e vermelhidão, mas o indício de que foi realmente uma picada de aranha marrom é a coloração da urina que fica escura, cor de "coca-cola", e o início de um processo de necrose no local da picada.
Com o avanço sem tratamento,dependendo da quantidade de veneno inoculada, afeta os rins, levando a falêncai do órgão, com ocorrência de febre, e necrose total do tecido atingido.

Tratamento
Logo após a picada, se ela for percebida, a única coisa a ser feita é lavar o local para evitar infecções, não se deve fazer torniquetes em hipótese alguma! Isso agravaria a necrose. Aliás, não se deve fazer torniquete para nada, nenhum tipo de picada ou corte.
O soro administrado é uma mistura do soro "universal" com soros mais específicos.Após medicado, não há perigo nenhum, nenhuma necroses horrorosa como nas fotos achadas no google vai acontecer.

Como evitar?
Bater as roupas e calçados antes de utilizá-los.
Caso for picado não tentar pegar a aranha, isso pode causar outra picada, se possível contacte o Centro de Controle de Zoonoses (se sua cidade tem um, se não, os bombeiros também estão aptos para capturá-la de forma segura, não chame o SAMU de forma alguma, eles não atendem esse tipo de caso e você pode estar atrasando o atendimento de alguém que está infartando) enquanto isso, apenas cubra a aranha com um pano preto, ou a cerque para que ela não se esconda em um canto em que não será achada depois. Ou melhor, aproveite a tecnologia atualemnte disponível e use a câmera fotográfica para registrar o animal que picou!

O predador natural da aranha marrom é a lagartixa, portanto, não mate lagartixas que são animais do bem que nos salvam de insetos indesejados :)

Importante: os médicos não são preparados para identificar nem aranhas nem suas picadas, portanto se alguém for picado por uma aranha marrom, terá que informá-lo que foi esse tipo de aranha, se tiver certeza e o médico insistir que não, ameace denunciá-lo (sério!) porque ele está sendo arrogante e negligente. Aliás, médicos não são preparados para identificar nenhum tipo de aranha pela picada, tente sempre contactar quem pode identificar, vale a dica de tirar foto do animal que picou.

Quem tem animais de estimação: cuidado também! Principalmente se tiver um gato que gosta de caçar aranhas! O veneno da aranha marrom também atinge outros animais.

Esse vídeo abaixo mostra a forma como elas são encotradas na roupas: nas dobras mais escuras.
Em hipótese alguma tente pegar a aranha marrom com um papel ou com qualquer outra coisa como esse cara do vídeo fez, muito menos coloque no aquário de peixes! Não tem propósito algum no que ele fez!

sábado, 7 de maio de 2011

Antropomorfização


Esse vídeo de humor foi produzido pela BBC e "dubla" os animais, como se eles estivessem vivendo situações humanas, um exemplo do que é a antropomorfização, um conceito para a atribuição de comportamentos humanos para elementos naturais que normalmente não se portariam assim. Os personagens animais de desenho animado, por exemplo, também se encaixam nesse conceito.
O vídeo pode ser engraçado e alguns desenhos também, mas quando chegamos ao nível exagerado associamos comportamentos e hábitos humanos, inclusive alguns prejudiciais, à animais domésticos. É o exemplo os donos que levam seus cachorros para tingir o pêlo, fazer chapinha e procedimentos para "embelezar" o animal, mas na verdade estão atribuindo seus conceitos estéticos sobre um animal que não tem escolha, alguns inclusive atribuem comportamentos sociais aos seus animais, tem gente fazendo festa de aniversário, casamento e álbuns fotográfico com os animais "vestidos de gente".
Pode até ser divertido e fofinho, mas o mais importante de convivermos com os animais é aprendermos sobre seus modos de vida e aprendermos com eles que as espécies que convivem junto, apesar de terem hábitos diferentes, podem se entender com respeito. Não podemos de deixar de lembrar que os animais acabam sendo nossas vítimas de vez em quando, pois não têm a mesma capacidade intelectual que nós que somos responsáveis pelas nossas ações planejadas.

Besouro de praia


O coleóptero marinho Efflagitatus freudei é um tipo de inseto que vive na zona de areia fofa da praia, e até chegar na fase adulta ele passar ppor algumas fases: ovo, larva e pupa. Em nossa saída de campo para Tramandaí encontramos todas esas fases. Na foto abaixo podemos ver em ordem os ovos (com pequenos embriões no interior), larva, pupa e o indivíduo adulto.

Essa foto foi tirada em um esteriomicroscópio do Ceclimar, pela colega Elisa Ilha com a máquina fotográfica da Colega Rosana.

Saída de campo II - Vertebrados

A UFRGS possui uma estrutura em Eldorado chamada Estação Agronômica, é uma prorpiedade destinada a pesquisas da veterinária, agronomia e biologia. Realizamos lá a saida de camp ode vertebrados que foi realizada em duas partes: uma de peixes e outra de herpetologia (anfíbios e répteis).
O que encontramos lá:

O veneno dessa cobra pode matar uma criança, nesse foto ela está com as presas na luva da professora, por sorte ela tirou o dedo da luva, que é um acessório importante para saídas de campo de herpeto, assim como botas e perneiras.

Já essa não possui veneno, mas se descuidarmos, ela pode atacar e sua mordida pode doer e machucar.
A parte da turma que fez o campo de herpeto pela tarde encontrou uma jararaca:

Mas essa niguém pode pegar! hehehe

domingo, 10 de abril de 2011

Saída de campo - I

Para a cadeira de zoologia de campo realizamos uma saída de campo para a praia!


O propósito era verificar a diversidade de invertebrados conforme o gradiente da praia: desde a zona de areia fofa até a chamada zona de varrido, que é onde a maré quebra.



E por influência de alguma corrente encontramos um Poliplacoforo! Que é um tipo de molusco que vive em substrato rochoso, impossível de sobriver na praia de Tramandaí! Então o recolhemos e quando fomos ao Ceclimar para fazer a triagem, o levamos junto e agora ele reside em um aquário especializado.



Esquerda: Polyplachophora fechado (tentando se proteger). Direita: Já em segurança mostrando sua forma completa

Ele o seu companheiro: um siri de profundidade que também fopi encontrado fora de seu habitat natural: ele estava em cima de uma "mãe d'água" que estava na areia, também não sobreviveria, agora ele se encotnra também no Ceclimar:


Encontramos também troncos cobertos por cracas!

Esses foram totais suspresas, pois não pertencem à fauna que costumamos encotnrar na praia, mas esses aí em baixo sim, mas muita gente não conhece: são besouros! que cavam na areia fofa suas galerias para depoistar seus ovos. Encotramos todos os estágios: ovos, larvas, pupas e adultos:

domingo, 20 de março de 2011

Primeira semana de aula

Tenho 9 cadeiras obrigatórias na etapa 1! Incluindo química inorgânica, orgânica, física e cálculo, aliás, tudo no mesmo dia. O semestre vai ser puxado!

Porém, a primeira semana foi de comemoração. Nossos veteranos prepararam um trote bacana, que no primeiro dia foi com as tradicionais tintas, mas que no último tinha um "futebol de sabão".



último dia de trote

terça-feira, 8 de março de 2011

Mulheres na ciência

No passado, muitas sonhavam com o dia em que as mulheres pudessem escolher ser o que quisessem, que não ficassem fadadas ao trabalho de dona de casa.





Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, algumas cientistas importantes que não ficaram nos "bastidores" e assumiram pesquisas que mudaram a biologia!

Lynn Margulis:
Seu principal trabalho é a Teoria da Endossimbiose que refere-se à origem das mitocôndrias e cloroplastos.


Jane Goodall:
Primatóloga e etóloga que estudou os hábitos de vida dos chimpanzés, seus estudos contribuem para outros estudos sobre aprendizagem social.


Rosalind Franklin:
Pioneira da biologia molecular comprovou que a estrutura do DNA tinha forma helicoidal.

domingo, 6 de março de 2011

"Filosoficamente falando, não há diferença entre arte e biologia"

quinta-feira, 3 de março de 2011

"Green" e "Eco" agora são mainstream

Minha avó e tias-avós são mestres em reaproveitar coisas! Tudo pode virar vaso de flores, o bulbo de vidro de lâmpadas incandescentes, por exemplo, para elas dá um ótimo vaso de hidrocultura ou terrário e sacos de arroz e açúcar viravam mochilas e bolsas! O costume de reaproveitar tudo vêm da necessidade que tinham em tempos que era preciso inventar para ter, pois as condições financeiras e lojisticas às vezes as impediam de ter coisas e a solução era aproveitar algum material.

Atualmente, com a pressão social movida por pesquisas e alertas científicos, as empresas aprenderam que reaproveitar o que seria disperdiçado pode render economias e até lucros! Nesse contexto foram criados os "selos" Green e Eco que servem para avisar aos consumidores que elas possuem os chamados "certificados de origem" e com isso conquistar os consumidores preocupados ou com o meio ambiente ou em mostrar aos colegas que se preocupa. Sim, porque consumir produtos com tais selos muitas vezes serve como marketing pessoal. Mas é bom lembrar que tais selos não querem dizer que as empresas são boazinhas e 0% poluição! Quer dizer que a origem dos materiais utilizados causam um impacto ambiental reduzido.

Mas quando a empresa não possui o tal certificado? Algumas têm inventado maneiras de se encaixar no marketing do "ecologicamente correto", como mostruários providos de reciclagem de garrafas PET, por exemplo. Ou até utilizar-se do reaproveitamento, como uma maneira de atestar uma espécie de certificado de destino.

Olha o que uma empresa de salgadinhos anda vendendo também:

Pois é, a habilidade da minha avó de reaproveitar parece ter virado moda!

E no mundo "underground" da customização e reaproveitamento com estilo: carteiras e bolsas feitas de sacos de arroz! Achei muito bacana e estiloso!Esse é o trabalho do benjistu (Ben) que posta no flickr suas criações.

Ideias não faltam para reaproveitar materias que iriam para o lixo, por isso vou criar a marcação "artesanato" destinada a divulgar essas ideias. Também aceito contribuições!


Esse post foi inspirado no post de um blog que eu adoro! O SuperZiper. Inclusive as imagens foram retiradas de lá: a primeira imagem foi tirada por uma das blogueiras em um Wallmart e a outra foi retirada do flick do benjistu.

Atol de bikini


Atol é o nome dado a formações de corais em forma de anel com uma lagoa em seu interior, quando é em forma estendida, chama-se recife, que dará origem ao atol quando a ilha vulcânica do centro for desaparecendo e os depósitos de calcário que os corais secretam forem tomando forma e consistência.


O mais famoso Atol do mundo faz parte do arquipélago das ilhas Marshall, localizado na Micronésia no Oceano Pacífico.
Na década de 40 os Estados Unidos fizeram testes nucleares no atol de Bikini, entre 1946 e 1958 foram testadas 20 bombas de hidrogênio. Antes disso retiraram a população local, mas não se preocuparam com o impacto provocado aos outros seres vivos que ali viviam e que foram pulverizados em sua maioria, relatos contam que houve uma "poeira branca", possivelmente restos de corais.


Por anos o índice de radioatividade na ilha impede que seres humanos voltem e essa ausência provocou um crescimento populacional de corais e outros invertebrados, que sem a interferência humana puderam se regenerar e se expandir. Houve uma incrível adapatação desses seres, mesmo com altos índices radioativos.

Pesquisas recentes focam na contagem de espécies de corais, há ocorrência de aproximadamente 183 espécies de corais, número superior às espécies encontradas na costa brasileira, 28 espécies desapareceram e 11 espécies foram contadas pela primeira vez na região. A provável explicação é que as correntes marinhas tenham trazido a vida novamente ao Atol de Bikini.

Curiosidade:
O desenho animado "Bob Esponja Calça Quadrada" se passa na cidade submarina fictícia chamada "Fenda do Bikini". Segundo o criador, Stephen Hillenburg, que é biólogo marinho, a cidadizinha está no Atol de Bikini, e a radioatividade das explosões nucleares teria causado a mutação dos animais que se tornaram personagens do desenho.

Corais:
Estão no grupo dos cnidários (o mesmo das águas vivas) e pertencem a classe Anthozoa que engloba seres sedentários divididos entre aqueles com "exosequeleto"* (os corais) e seres sem exoesqueleto (enêmonas).
Os corais secretam o calcário de que são formados e esse calcário vai dando base para a colônia que também é habitada por outros invertebrados e até peixes!

*não me sinto confortável utilizando a denominação de exoequeleto para o caso dos corais, pois o calcário faz parte da formação do animal, diferente do exoesqueleto de alguns artrópodes, por exemplo, que fica restrito ao revestimento do corpo do animal.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Sacolas de plástico, ecobags ou sacolas de papel?

Visto como um dos vilões do meio ambiente, o saco plástico pode não ser tão malvado assim. Pelo menos, é o que diz a Agência de Pesquisas Ambientais do Reino Unido.

Segundos eles, os sacos de polietileno de alta densidade são 200 vezes menos prejudiciais ao clima que sacolas de algodão e emitem menos gás carbônico que as sacolas de plásticos (no exterior ainda se utiliza muito essas sacolas).

Para compensar tal dano, se o consumidor preferir usar sacolas de algodão, ele deveria utilizar sempre sacolas de algodão por um ano! Segundo as pesquisas, elas geralmente são utilizadas apenas 51 vezes antes de serem descartadas.

Na minha opinião, é tudo uma questão de bonsenso! As sacolas de algodão são muito resistentes e podem tranquilamente serem utilizadas por mais de um ano! Mas atenção! Tem muito "ecobag" feita de TNT (tecido-não-tecido) que na verdade é um tipo de plástico! As sacolas de algodão,que não são recilcadas, podem ser reutilizadas para fazer pano de limpeza! Ou dá para inventar outra função para elas!

Você pode pegar, numa necessidade, as sacolas plásticas, mas deve direcioná-las para a reciclagem, sem misturar com o lixo orgânico e NUNCA jogar na rua, se não entopem bueiros e qualquer chuva vira alagamento!
Outra alternativa é levar caixas de pepelão ao super mercado, para trazer as compras dentro! O papelão também, ao ser destinado corretamente, é reciclável!

A moral é que tanto uma sacola de plástico como uma ecobag descartadas indevidamente, causam danos, por isso a escolha pelo selo "eco" nem sempre ajudará muito. O mais importante, independente do tipo de sacola utilizada, é destinar corretamente seu descarte.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Quinoa invade plantações transgênicas nos EUA


Um fato vem intrigando e irritando plantadores e a própria Monsanto: a kiwicha, uma planta considerada sagrada pelos Incas, está invadindo as plantações de soja transgênica.

Aparentemente essa espécie de amaranto, conhecido aqui por quinoa ou quinua, é resistente ao poderoso herbicida Roundup, que é baseado no glifosato e amônio, e a planta está tomando conta de plantações inteiras. Com isso, a planta está sendo considerada uma verdadeira praga!
A Monsanto, através de seus ite, instrui os agricultoreas a misturar o glifosato com herbicidas como o 2,4-D, que foi proíbido na Escandinávia porque pesquisas o relacionaram à incidência de cancêr.

Segundo pesquisadores britânicos do Centro para a Ecologia e Hidrologia o que ocorreu foi uma transferência de genes da soja modificada para espécies indesejadas na lavoura, como o amaranto, contrariando a crença dos defensores de trangênicos que dizem que a hibridização com plantas modificadas é praticamente impossível. Além disso, a constante aplicação de herbicidas pode ter feito uma certa pressão e ter acelerado a adaptação da planta.

Se houve mesmo um "mistura" entre a soja e outras plantas, o assunto sobre trangênicos torna-se mais preocupante, pois a hibridização de genes modificados com plantas naturais pode desencadear desequilíbrio ecológico e contaminação de outras espécies de consumo humano, direto ou indireto, com genes que não se sabem quais, muito menos seus os efeitos.

A quinoa além de possui mais proteína que a soja, ainda possui vitaminas A e C e sais minerias, é uma planta muito resistente a variações climáticas, tendo a possibilidade de se adaptar a praticamente todos os climas. Diferentemente da soja, a quinoa pode ser preparada diretamente, sem precisar de beneficiamento, e seria uma ótima alternativa para combate à fome.

Talvez este seja um alerta natural de que está na hora de mudar certos pensamentos.


Kiwicha:

Reino: Plantae
Classe: Rosopsida
Orden: Caryophyllales
Familia: Amaranthaceae
Género: Amaranthus
Especie: Amaranthus caudatus

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Celacanto


O Celacanto é um peixe que todos acham que estava extinto, até 1938 quando um exemplar vivo foi visto na costa africana.
Antes disso, existiam somente registros fósseis de sua existência e todos achavam que, assim como os seus contemporâneos dinoussauros, havia se extinguido há pelo menos 65 milhões de anos,no período Cretáceo.

Esse peixe é facilmente distinguível porque possui duas nadadeiras extras que são carnosas que ao invés de ser como as nadadeiras de qualquer outro peixe, possui uma estrutura semelhante à braços de tretápodes, por isso chegou-se a pensar que se tratava do ancestral comum aos seres com quatro patas - anfíbios, répteis e mamíferos - e por tanto, o "elo" entre o mundo aquático os primeiros vertebrados com quatro patas. Mas essa é uma questão que ainda está sendo trabalhada..

À esquerda (A) a nadadeira de um celacanto e à direita (B) membro anterior de um anfíbio primitivo
(h) = úmero
(u) = úlna
(r) = rádio

O celacanto foi "redescoberto" pela pesquisadora Marjorie Courtenay-Latimer que era curadora do Museu de História Natural de Est London. E na época foi considerada a melhor descoberta, causando um frenessi tamanho que havia até recompensa para quem achasse um celacanto, mas com advertências de não prejudicar o exemplar.

Desenho feito por Marjorie e recebido com espanto pelo pesquisador J.L.B. Smith.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Descarte de medicamentos



Há vários erros de informação quando o assunto é o descarte correto de medicamentos.

O programa Mais Você de hoje, por exemplo, apresentou uma matéria sobre o assunto, mas com diversas falhas!

Um médico comentou maneiras de realizar o descarte, porém, todas estavam erradas! As maiores preocupações eram em relação ao contato desses medicamentos com pessoas que mexem no lixo, uma preocupação válida, porém, as medidas ensinadas não inviabilizam totalmente esse contato e além disso não são nada benéficas para o meio ambiente! Ele indicou triturar comprimidos e misturar com terra ou café em um saco plástico e colocar no lixo! Tudo bem que as pessoas que coletam lixo serão impedidas de tomar a medicação, mas o material químico irá parar em um aterro ou lixão e do mesmo jeito contaminará o solo! Outra dica falsa foi colocar seringas em garrafas PET, nesse caso, nem a proposta de evitar contato com os catadores foi solucionada, pois as garrafas são um dos produtos que os coletores pegam do lixo para vender!

Mas nem tudo foi perdido no programa, um alerta importantíssimo foi feito: não deve-se descartar medicamentos no vaso sanitário ou qualquer tipo de ralo! Os produtos químicos irão ter contado com o rio que abastace a rede de captação de água e dificilmente serão eliminados no processo, além disso, podem ter ocntato com solo, peixes e outros animais que fazem parte de nossa alimentação.
Além disso, descartes de antibióticos no meio ambiente podem causar a resistência de bactérias aos medicamentos existentes e os efeitos serão infecções ainda mais fortes e difíceis de curar.


O que fazer então?

Algumas farmácias aceitam que o consumidor as entregue medicamentos vencidos e o procedimento seguinte é por conta da farmácia que deve contratar empresas de recolhimento de lixo hospitalar, com isso, os medicamentos e outros lixos contaminantes serão insinerados, por enquanto, a melhor medida existente para evitar qualquer tipo de contaminação de pessoas e do meio ambiente. Isso tudo é por conta da farmácia, nenhum órgão do governo se responsabiliza por isso, muito menos há leis que que obrigam a farmácia a proceder assim.
Então, informe-se em sua farmácia se eles recolhem os medicamentos e se eles procedem de forma correta, pois somente entregar os remédios velhos não garante que na farmácia eles não realizarão o velho e incorreto método de despejar a medicação no vaso sanitário.


Atualização:

Carlo Ribeiro, seguidor so blog, informou alguns locais confiáveis de entrega de medicamentos venciddos em Porto Alegre: Farmácia Escola da UFRGS e da PUC, na Unidade Básica de Saúde da Santa Cecília e nas filiais da rede de Farmácias Panvel.

Acredito que mesmo em outras cidades é possível entregar em qualquer loja da rede Panvel, pois eles seguem padronização em muitos aspectos. Meu pai teve uma filial da Agafarma e fazia o recolhimento, mas não sei se é um procedimento padrão para todas as lojas da rede, mas vale se informar também!

Obrigada Carlos pelas informações!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

De volta!

Estive ausente do blog por muito tempo por duas razões:

1ª: problemas para acessar minha conta, pois uso um e-mail do yahoo e o blogger é do googgle. Problema resolvido!

2ª: durante o ano de 2010 me preparei para o vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Comecei a cursar biologia em uma universidade particular, mas como a UFRGS tem mais linhas de pesquisa e oportunidade de bolsas nos próprios laboratórios, resolvi me preparar para o vestibular mais concorrido do Estado (biologia é o 9° curso mais concorrido!).No início até consegui conciliar os estudos na faculdade + estudos para vestibular + blog, mas conforme o vestibular foi ficando próximo, tive que intensificar os estudos, e abri mão de postar no blog.

Mas enfim, os esforços foram válidos e agora já sou acadêmica da UFRGS! Com direito a pré trote no dia da matrícula (trote mesmo só na primeira semana de aula).


Agora: de volta às atividades normais com muitas novidades!